terça-feira, 15 de junho de 2010

« A viagem da lingua Portuguesa pelo mundo»

A VIAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO




A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua Portuguesa é uma língua que deriva do latim, sendo uma língua românica.
O Português deriva do chamado latim vulgar, por ser um latim que era falado pelos soldados romanos, pelos mercadores e pelos colonos, quando ocuparam a Península Ibérica.
Antes da Romanização, falava-se outras línguas, como era o caso do Celta, das quais transitaram vários termos para o latim como é o caso das palavras camisa, cerveja, carro, entre outras, a que damos o nome de substrato celta.
Um outro período que contribui para a evolução da nossa língua inicia-se quando os Bárbaros vencem os Romanos. Sendo a civilização germânica inferior aos vencidos acabam por adoptar a sua língua, mas introduzem palavras suas como é o caso de guerra, casa, raça, Afonso, entre outras. A este período dá-se o nome de superstrato germânico.
No século VIII, a Península sofre a invasão dos árabes, tendo os povos Cristãos passado a habitar o Norte da Península. Como os Árabes permaneceram por cá vários séculos, acabaram por deixar o seu cunho no Português, tal como se pode constatar nas palavras alambique, alecrim, alqueire, entre outras. A isso dá-se o nome de superstrato árabe.
Devido a todos estes acontecimentos, podemos dizer que quando Portugal nasceu como nação, em 1143, falava-se uma língua diferente do Latim no Norte da Península Ibérica a que chamamos Galaico-Português. Com a independência do Condado Portucalense essa língua evolui de forma diferente em Portugal e na Galiza.
Estamos então em condições de dizer que o português nasce no século XIII, pela mão de D. Dinis quando legislou que todos os livros e documentos passassem a ser escritos em português, sendo o mais antigo texto escrito em português o testamento de D. Afonso II e data de 1214.


CAUSAS DA DISPERSÃO DO PORTUGUÊS PELO MUNDO



As causas da dispersão da língua Portuguesa pelo mundo estão relacionadas com a Expansão Portuguesa através dos chamados descobrimentos. O idioma começou a ser espalhado pelo mundo a partir dos séculos XV e XVI através da expansão do império colonial Português. Esse império estendeu-se a África, à América e à Ásia. Essa expansão, que devia a sua razão ao comércio e à divulgação da fé Cristã, fez com que as pessoas que residiam nessas regiões passassem a adoptar o Português como língua.
O Português é a língua oficial em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Guiné-Bissau e Macau e Cabo Verde, sendo também falada nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli). Na Ásia falava-se em pequenas comunidades como Malaca, na Malásia e em África Oriental na actual Tanzânia, mais precisamente no reino de Zanzibar. Com a forte emigração dos Portugueses no começo do século XX e nos anos 1960, a difusão da língua portuguesa sofreu novo impulso, passando a ser falada noutros países. Essas grandes comunidades ainda hoje existem no Luxemburgo, em França, na África do Sul e no Canadá, havendo outros exemplos.
Hoje em dia existem cerca de 260 milhões de falantes de português que é, como língua nativa, a quinta mais falada no mundo sendo a língua europeia mais falada no hemisfério sul, devido ao Brasil e sendo a terceira mais falada no mundo ocidental.







REGIÃO ONDE SE FALA O PORTUGÊS





No Brasil fala-se um português diferente, ao qual se dá o nome de Português brasileiro ou português do Brasil. Essa variante da língua portuguesa é falada pelo menos por 191 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do Brasil, sendo essa a forma do português mais falada, lida e escrita do mundo.
Desde 1945, existem duas normas ortográficas para o português, uma no Brasil e uma outra para os restantes países lusófonos. No Brasil, as consoantes mudas deixaram de existir enquanto nos restantes países se continuam a utilizar, como é o caso das palavras:
Português europeu: acção, contacto, óptimo, entre outras.
Português brasileiro: açao, contato, otimo, entre outras.
Com a implementação do acordo ortográfico em 1990, essas consoantes também serão retiradas da escrita do Português europeu, passando a existir apenas um pequeno número de palavras com ortografia dupla como é o caso de recepção, facto. O acordo ortográfico de 2009 também veio originar o desaparecimento do trema no Português brasileiro, que antigamente se utilizava para assinalar a letra «u», nas combinações «qui», «guê» entre outros, passando a utilizar-se apenas em nomes próprios e derivados, Müller, entre outros. Até 2012 vai existir um período de adaptação continuando em vigor o acordo ortográfico de 2009, assim como o formulário de 1943.
O português do Brasil sofreu grandes mudanças em relação ao nosso devido a ser um país muito grande e a ter sofrido grandes influências de comunidades emigrantes como é o caso dos Espanhóis, dos Italianos, de países de origem africana, países da Europa do Norte, influências da América do Norte e dos próprios nativos do país, os índios.



REFLEXÃO PESSOAL SOBRE A IMPORTÂNCIA DA DISSEMINAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA




Eu penso que os governos dos denominados PALOP estão no bom caminho na defesa da língua portuguesa. O acordo ortográfico feito por estes países veio beneficiar a língua Portuguesa.
Eu ouvi em algum noticiário que a presença da nossa língua em alguns países africanos estava sujeita a perder-se se não fosse feito algo. No caso de Moçambique, que aderiu à denominada COMMONWEALTH, o que faria com que esse país um dia mais tarde passasse a adoptar a língua inglesa. No caso de Timor-leste como se encontra muito longe do nosso país e perto de uma potência, no caso a Austrália, também poderia vir a perder o português como língua, o mesmo se passando com a Guiné-Bissau, que é uma região muito influenciada pela francofonia.
Acho que o nosso país ganhou muito com isso porque sendo a língua de onde derivam grande parte dessas novas maneiras de falar, passou a ser falado mundialmente.
Como o Brasil é um país muito grande, também faz com que a nossa língua passe a ser uma das mais faladas do mundo. Se um dia o Brasil passar a ser um país com assento nas NAÇÕES UNIDAS passamos a ouvir falar o Português com muito mais frequência como acontece hoje em dia no Vaticano.
Tudo isto fará com que a língua Portuguesa não passe a ser uma língua morta como virá a acontecer com muitas outras.


LUIS CAETANO ROCHA RAMALHÃO

2/07/2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

URBANISMO E MOBILIDADE



URBANISMO E MOBILIDADE

MIGRAÇÕES




Neste trabalho vou falar sobre a minha experiência pessoal.
Nasci numa pequena aldeia do Alentejo, em Brotas. Os meus pais ainda hoje vivem nessa aldeia, onde continuam a fazer a sua vida, o meu pai já reformado enquanto a minha mãe deixou de trabalhar na agricultura sendo hoje auxiliar no lar de idosos da terra.
A minha migração é interna porque me desloquei dentro do meu próprio país, devido a ter vindo do meio rural para o meio urbano. É uma migração com uma duração definitiva, uma vez que já me encontro em Lisboa há cerca de vinte anos. Quando vim já vinha com essa intenção, pois quase todos os meus tios maternos viviam nas áreas limítrofes da cidade e tinham uma vida melhor que a dos meus pais.
Foi uma migração voluntária porque sempre tive o desejo de vir para uma cidade maior. Também se pode dizer que pode ter sido uma migração forçada por não haver trabalho na minha terra naquela altura. Como eu já não estudava na altura, tornava-se chato viver à custa dos meus pais.
É uma migração aceite pelos outros por ser feita no meu próprio país, ao contrário de muitas pessoas que vêm de outros países mais pobres e que, por estarem ilegais, se sujeitam a ser exploradas por indivíduos que querem enriquecer facilmente.
O tipo de transporte utilizado para me deslocar da terra para Lisboa foi o autocarro, por na altura não ter viatura própria. No início fazia essa viagem todas as semanas, enquanto hoje em dia passei a ir apenas uma vez por mês porque tenho a minha vida organizada em Lisboa. Quando vou visitar os meus pais passei a deslocar-me em viatura própria.
A profissão que desempenho actualmente é a de técnico de manutenção numa empresa multinacional. Quando vim para a cidade o meu tipo de trabalho era mais pesado, pois trabalhava como electricista de construção que era um trabalho mais cansativo do que aquele que desempenho hoje.
Mantenho contacto com o meu local de origem apenas porque continuo a visitar os meus pais e a trazer alguns produtos agrícolas produzidos por eles. Nas minhas férias vou lá passar alguns dias para me refugiar da vida intensa da cidade.



A mudança para a cidade originou que eu passasse a ser mais urbano, passei a ver as coisas mais em termos materiais. Se ainda vivesse na minha terra de origem seria uma pessoa que viveria da agricultura ou da construção civil por lá não haver trabalho.



No inicio achei que as pessoas da cidade me olhavam de uma forma superior por se acharem melhores que as da província. Mas, se formos ver, quase todas elas são originárias de regiões que não Lisboa. Hoje já me sinto integrado na cidade, no entanto acho que essas mesmas pessoas passaram a olhar para os novos imigrantes que chegaram como olhavam para mim.









LUIS CAETANO ROCHA RAMALHÃO



8/6/2010