quarta-feira, 10 de novembro de 2010

As tecnologias de informação e comunicação e a globalização



A minha relação com o telemóvel



Vou falar sobre o telemóvel, que é uma «TIC» que utilizo todos os dias.

Por causa da minha actividade profissional praticamente vi nascer em Portugal o telemóvel.

Por trabalhar na Vodafone (antiga Telecel) há cerca de 18 anos assisti à chegada dos telemóveis a Portugal, antecedidos pelo antigo Bip ou Pager. Quando comecei a trabalhar na empresa e, como trabalho em manutenção, deram-me um Bip para poder estar contactável quando houvesse uma emergência.

Levava o Bip para casa e lembro-me que andava todo orgulhoso com ele no cinto, por haver poucos nessa altura. Depois, por causa da minha actividade profissional, tive o chamado «tijolo», uma espécie de telemóvel ainda muito arcaico, que era bastante grande e ainda com pouca utilidade. Como não havia muita cobertura de rede surgia alguma dificuldade em comunicar. Havia rede em algumas partes de Lisboa, depois foi-se expandido por todo o país.

Hoje em dia é importante para a minha vida profissional por ser uma importante ferramenta de trabalho. Faz com que esteja praticamente contactável a todas as horas.

Utilizo o telemóvel por causa das emergências ou quando estou de piquete, logo tenho de o manter ligado 24 horas por dia.

Antes do telemóvel existir, se necessitássemos de ajuda no trabalho, ou se precissássemos de contactar com alguém, tudo era demorado e hoje tudo se faz de forma muito mais rápida, logo ganhamos mais tempo.

Em termos de lazer é muito importante porque quando faço férias é de muita utilidade por poder contactar com amigos no momento ou tirar algumas fotografias. Também o utilizo para ouvir rádio.

Na minha vida pessoal é uma ferramenta útil por poder estar sempre contactável ou poder contactar qualquer pessoa a qualquer momento.

Ainda esta semana me ajudou bastante por um dos miúdos ter tido um problema na escola. Fui logo contactado, liguei para a minha mulher e então pudémos resolver esse problema em cerca de uma hora, se tivesse sido noutros tempos só saberiamos no fim do dia.

Eu utilizo o telemóvel para falar, ouvir rádio ou tirar fotografias e também envio algumas mensagens (poucas).

O telemóvel, apesar de trazer mais vantagens que desvantagens, por vezes é incómodo pois por vezes preferiamos não ser contactados.

Hoje em dia o telemóvel tem muitas outras utilidades, pois podemos aceder à internet ou pagar contas. Praticamente funciona como um computador.

terça-feira, 15 de junho de 2010

« A viagem da lingua Portuguesa pelo mundo»

A VIAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA NO MUNDO




A ORIGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA

A língua Portuguesa é uma língua que deriva do latim, sendo uma língua românica.
O Português deriva do chamado latim vulgar, por ser um latim que era falado pelos soldados romanos, pelos mercadores e pelos colonos, quando ocuparam a Península Ibérica.
Antes da Romanização, falava-se outras línguas, como era o caso do Celta, das quais transitaram vários termos para o latim como é o caso das palavras camisa, cerveja, carro, entre outras, a que damos o nome de substrato celta.
Um outro período que contribui para a evolução da nossa língua inicia-se quando os Bárbaros vencem os Romanos. Sendo a civilização germânica inferior aos vencidos acabam por adoptar a sua língua, mas introduzem palavras suas como é o caso de guerra, casa, raça, Afonso, entre outras. A este período dá-se o nome de superstrato germânico.
No século VIII, a Península sofre a invasão dos árabes, tendo os povos Cristãos passado a habitar o Norte da Península. Como os Árabes permaneceram por cá vários séculos, acabaram por deixar o seu cunho no Português, tal como se pode constatar nas palavras alambique, alecrim, alqueire, entre outras. A isso dá-se o nome de superstrato árabe.
Devido a todos estes acontecimentos, podemos dizer que quando Portugal nasceu como nação, em 1143, falava-se uma língua diferente do Latim no Norte da Península Ibérica a que chamamos Galaico-Português. Com a independência do Condado Portucalense essa língua evolui de forma diferente em Portugal e na Galiza.
Estamos então em condições de dizer que o português nasce no século XIII, pela mão de D. Dinis quando legislou que todos os livros e documentos passassem a ser escritos em português, sendo o mais antigo texto escrito em português o testamento de D. Afonso II e data de 1214.


CAUSAS DA DISPERSÃO DO PORTUGUÊS PELO MUNDO



As causas da dispersão da língua Portuguesa pelo mundo estão relacionadas com a Expansão Portuguesa através dos chamados descobrimentos. O idioma começou a ser espalhado pelo mundo a partir dos séculos XV e XVI através da expansão do império colonial Português. Esse império estendeu-se a África, à América e à Ásia. Essa expansão, que devia a sua razão ao comércio e à divulgação da fé Cristã, fez com que as pessoas que residiam nessas regiões passassem a adoptar o Português como língua.
O Português é a língua oficial em Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Timor-leste, Guiné-Bissau e Macau e Cabo Verde, sendo também falada nos antigos territórios da Índia Portuguesa (Goa, Damão, Ilha de Angediva, Simbor, Gogolá, Diu, Dadrá e Nagar-Aveli). Na Ásia falava-se em pequenas comunidades como Malaca, na Malásia e em África Oriental na actual Tanzânia, mais precisamente no reino de Zanzibar. Com a forte emigração dos Portugueses no começo do século XX e nos anos 1960, a difusão da língua portuguesa sofreu novo impulso, passando a ser falada noutros países. Essas grandes comunidades ainda hoje existem no Luxemburgo, em França, na África do Sul e no Canadá, havendo outros exemplos.
Hoje em dia existem cerca de 260 milhões de falantes de português que é, como língua nativa, a quinta mais falada no mundo sendo a língua europeia mais falada no hemisfério sul, devido ao Brasil e sendo a terceira mais falada no mundo ocidental.







REGIÃO ONDE SE FALA O PORTUGÊS





No Brasil fala-se um português diferente, ao qual se dá o nome de Português brasileiro ou português do Brasil. Essa variante da língua portuguesa é falada pelo menos por 191 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do Brasil, sendo essa a forma do português mais falada, lida e escrita do mundo.
Desde 1945, existem duas normas ortográficas para o português, uma no Brasil e uma outra para os restantes países lusófonos. No Brasil, as consoantes mudas deixaram de existir enquanto nos restantes países se continuam a utilizar, como é o caso das palavras:
Português europeu: acção, contacto, óptimo, entre outras.
Português brasileiro: açao, contato, otimo, entre outras.
Com a implementação do acordo ortográfico em 1990, essas consoantes também serão retiradas da escrita do Português europeu, passando a existir apenas um pequeno número de palavras com ortografia dupla como é o caso de recepção, facto. O acordo ortográfico de 2009 também veio originar o desaparecimento do trema no Português brasileiro, que antigamente se utilizava para assinalar a letra «u», nas combinações «qui», «guê» entre outros, passando a utilizar-se apenas em nomes próprios e derivados, Müller, entre outros. Até 2012 vai existir um período de adaptação continuando em vigor o acordo ortográfico de 2009, assim como o formulário de 1943.
O português do Brasil sofreu grandes mudanças em relação ao nosso devido a ser um país muito grande e a ter sofrido grandes influências de comunidades emigrantes como é o caso dos Espanhóis, dos Italianos, de países de origem africana, países da Europa do Norte, influências da América do Norte e dos próprios nativos do país, os índios.



REFLEXÃO PESSOAL SOBRE A IMPORTÂNCIA DA DISSEMINAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA




Eu penso que os governos dos denominados PALOP estão no bom caminho na defesa da língua portuguesa. O acordo ortográfico feito por estes países veio beneficiar a língua Portuguesa.
Eu ouvi em algum noticiário que a presença da nossa língua em alguns países africanos estava sujeita a perder-se se não fosse feito algo. No caso de Moçambique, que aderiu à denominada COMMONWEALTH, o que faria com que esse país um dia mais tarde passasse a adoptar a língua inglesa. No caso de Timor-leste como se encontra muito longe do nosso país e perto de uma potência, no caso a Austrália, também poderia vir a perder o português como língua, o mesmo se passando com a Guiné-Bissau, que é uma região muito influenciada pela francofonia.
Acho que o nosso país ganhou muito com isso porque sendo a língua de onde derivam grande parte dessas novas maneiras de falar, passou a ser falado mundialmente.
Como o Brasil é um país muito grande, também faz com que a nossa língua passe a ser uma das mais faladas do mundo. Se um dia o Brasil passar a ser um país com assento nas NAÇÕES UNIDAS passamos a ouvir falar o Português com muito mais frequência como acontece hoje em dia no Vaticano.
Tudo isto fará com que a língua Portuguesa não passe a ser uma língua morta como virá a acontecer com muitas outras.


LUIS CAETANO ROCHA RAMALHÃO

2/07/2010

terça-feira, 8 de junho de 2010

URBANISMO E MOBILIDADE



URBANISMO E MOBILIDADE

MIGRAÇÕES




Neste trabalho vou falar sobre a minha experiência pessoal.
Nasci numa pequena aldeia do Alentejo, em Brotas. Os meus pais ainda hoje vivem nessa aldeia, onde continuam a fazer a sua vida, o meu pai já reformado enquanto a minha mãe deixou de trabalhar na agricultura sendo hoje auxiliar no lar de idosos da terra.
A minha migração é interna porque me desloquei dentro do meu próprio país, devido a ter vindo do meio rural para o meio urbano. É uma migração com uma duração definitiva, uma vez que já me encontro em Lisboa há cerca de vinte anos. Quando vim já vinha com essa intenção, pois quase todos os meus tios maternos viviam nas áreas limítrofes da cidade e tinham uma vida melhor que a dos meus pais.
Foi uma migração voluntária porque sempre tive o desejo de vir para uma cidade maior. Também se pode dizer que pode ter sido uma migração forçada por não haver trabalho na minha terra naquela altura. Como eu já não estudava na altura, tornava-se chato viver à custa dos meus pais.
É uma migração aceite pelos outros por ser feita no meu próprio país, ao contrário de muitas pessoas que vêm de outros países mais pobres e que, por estarem ilegais, se sujeitam a ser exploradas por indivíduos que querem enriquecer facilmente.
O tipo de transporte utilizado para me deslocar da terra para Lisboa foi o autocarro, por na altura não ter viatura própria. No início fazia essa viagem todas as semanas, enquanto hoje em dia passei a ir apenas uma vez por mês porque tenho a minha vida organizada em Lisboa. Quando vou visitar os meus pais passei a deslocar-me em viatura própria.
A profissão que desempenho actualmente é a de técnico de manutenção numa empresa multinacional. Quando vim para a cidade o meu tipo de trabalho era mais pesado, pois trabalhava como electricista de construção que era um trabalho mais cansativo do que aquele que desempenho hoje.
Mantenho contacto com o meu local de origem apenas porque continuo a visitar os meus pais e a trazer alguns produtos agrícolas produzidos por eles. Nas minhas férias vou lá passar alguns dias para me refugiar da vida intensa da cidade.



A mudança para a cidade originou que eu passasse a ser mais urbano, passei a ver as coisas mais em termos materiais. Se ainda vivesse na minha terra de origem seria uma pessoa que viveria da agricultura ou da construção civil por lá não haver trabalho.



No inicio achei que as pessoas da cidade me olhavam de uma forma superior por se acharem melhores que as da província. Mas, se formos ver, quase todas elas são originárias de regiões que não Lisboa. Hoje já me sinto integrado na cidade, no entanto acho que essas mesmas pessoas passaram a olhar para os novos imigrantes que chegaram como olhavam para mim.









LUIS CAETANO ROCHA RAMALHÃO



8/6/2010






terça-feira, 4 de maio de 2010

Ordenamento do território

Vou falar sobre as alterações que a zona de Almada sofreu com a construção do Fórum Almada, uma grande superfície comercial. Com a construção do fórum verificaram-se várias alterações a nível das acessibilidades, porque hoje em dia consegue-se sair com mais facilidade a partir da ponte 25 de Abril, uma vez que temos mais saídas graças ao túnel na rotunda do Centro Sul. As pessoas da região, quando querem fazer compras, têm agora um grande centro comercial que não existia no concelho, o que as obrigava a fazer as suas compras nos concelhos limítrofes.

Penso que este centro comercial trouxe vantagens mas também desvantagens. Nas vantagens consigo ver muitas melhorias em termos de trânsito, acessibilidades, pois passámos a ter um espaço para fazermos as nossa compras mensais. Vejo ainda muitas melhorias em termos paisagísticos, pela construção do Parque da Paz, um espaço de lazer público. O centro comercial também veio trazer benefícios económicos para o concelho em termos fiscais.

Nas desvantagens vou falar sobre uma que me afectou particularmente. Antes do centro comercial abrir havia uma mercearia de bairro onde fazia as minhas pequenas compras, quando os miúdos precisavam de alguma coisa sempre que não me encontrava em casa, a senhora da mercearia vendia-lhes fiado. Sempre que chegava a casa, logo pagaria à senhora Paula. Com a abertura do centro, a senhora não aguentou a concorrência e teve que fechar o seu espaço. Assim a minha família perdeu um local próximo que me resolvia muitos problemas diários.





Luis Caetano Rocha Ramalhão

4/5/2010

Urbanidade e Rurabilidade

Julgo que não faz sentido distinguir os dois conceitos. Hoje em dia as pessoas que vivem no campo praticamente têm acesso às mesmas coisas que as pessoas da cidade. As pessoas conseguem ter acesso às coisas que as pessoas da cidade têm, como é o caso do acesso aos centros comerciais. As pessoas apenas precisam de pegar no seu carro e deslocarem-se para terem acesso a esses centros de consumo. Praticamente já não existem pessoas que vivam da agricultura, porque a agricultura está mecanizada, o que fez com que as pessoas que viviam da agricultura migrassem para as cidades tornando-se mais urbanos.
Acho que a vida rural passará a existir cada vez menos, podendo vir mesmo a acabar como a conhecemos hoje. As pessoas vão passar a servir-se da aldeia apenas para fugirem da cidade, para fazerem turismo.
A aldeia passará a ser um escape, o que pode vir a salvar as aldeias mas não a vida rural (passa a haver simulação do estilo de vida rural para o turismo).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

PATRIMÓNIO E MEMÓRIA PESSOAL E COLECTIVA



No Alentejo Central, na aldeia de Brotas ,no concelho de Mora, uma zona montanhosa com vales cavados, onde correm riachos de águas cristalinas, existe um santuário do culto mariano com quase seiscentos anos de existência, comenda da Ordem de São Bento de Aviz que patrocinou a sua construção cerca do ano de 1424.
Trata-se do Santuário de Nossa Senhora de Brotas cuja importância do seu culto se reflecte no facto de não só se ter expandido em Portugal, de norte a sul, como também ao Brasil e à Índia. No Brasil existe mesmo uma cidade com o nome de Brotas e em Goa, na ilha de Angediva, os franciscanos edificaram uma igreja em honra de Nª Sª de Brotas, hoje lamentavelmente abandonada e em ruínas.Dos pouco mais de 500 habitantes actuais da povoação de Brotas muitos ainda lamentam o brilho perdido das peregrinações anuais ao Santuário de Brotas, em resultado da propaganda efectuada pelo governo e pela igreja do tempo do Estado Novo, que à época se confundiam, sobre as aparições da Cova da Iria, desviando deliberadamente o centenário culto mariano de Brotas para a então recém-criada “Fátima, terra de fé”.No “altar das almas” do Santuário de Nossa Senhora de Brotas existe uma imagem da Virgem, talhada em marfim, com cerca de um palmo de tamanho. O imaginário popular vê nela a imagem talhada em osso de vaca, que segundo a lenda que a tradição e o saber dos mais velhos adoptaram terá dado origem à construção do Santuário.

Pesquisa feita AQUI

Conta a lenda que andando um guardador de vacas nos pastos com a sua manada uma das vacas caiu ao ribeiro partindo uma perna. Preparava-se o jovem pastor para abater a vaca, pois esta deixara de ter qualquer valor quando lhe apareceu a Virgem que lhe disse: “Constrói neste local uma ermida em minha devoção que a tua vaca será curada”. Logo ali o guardador de vacas talhou a canivete a imagem da sua devoção e quando foi pela vaca esta estava viva e saudável.Logo ali chamou o povo que ao deparar com este milagre se reuniu para construir a igreja, depois transformada em Santuário pela devoção popular. Foi também o povo que exigiu que na representação iconográfica de Nossa Senhora de Brotas passasse igualmente a figurar uma vaca, a vaca que a lenda evoca.
Quando as pessoas da terra foram para a guerra colonial ,muitos dos familiares que ficaram prometeram as mais variadas coisas em devoção a Nossa Senhora das Brotas ,para que todas essas pessoas voltassem são e salvas .Como todas essas pessoas voltaram têm sido essas mesmas pessoas a continuarem essa devoção.
Este espaço teve uma grande influência no meu trajecto pessoal pois quando eu tinha sete anos tive que mudar de casa e essa nova casa ficava próxima da igreja. De início a Igreja tinha pouco significado para mim, até porque não a frequentava, mas um vizinho, o senhor Grilo, contava-nos muitas histórias sobre a igreja, dizia-nos que a igreja era para ser construída na parte nova da aldeia mas as pessoas da parte mais antiga, que se opunham a isso, voltavam a colocar os materiais de construção onde hoje se encontra instalada a igreja. Como havia uma certa rivalidade entre as duas zonas da aldeia, para mim isso tornava-se uma vitória que nós tínhamos conseguido face à aldeia nova. O meu pai, que andou na guerra colonial, também contava que ninguém morreu nessa guerra devido à padroeira da terra que é a Nossa Senhora de Brotas. Nessa altura, contam, havia um lagarto muito grande que tinha feito da igreja a sua casa. As pessoas que foram para a guerra com o meu pai caçaram esse lagarto e retiraram-lhe a pele e depois cada uma dessas pessoas levou um bocado como um amuleto para lhe dar sorte, o que acabou por acontecer.
Foi nesta igreja que fiz a primeira comunhão. Eu e os meus amigos, quando íamos para a catequese às sexta-feiras à tarde, gostávamos de entrar na igreja como se fôssemos pagadores de promessas devido a uma novela que estava a passar na altura na televisão. Era um ponto de encontro para mim e para os meus colegas quando estávamos de férias da escola, onde nos encontrávamos para jogarmos futebol no largo da igreja, cuja velha porta servia de baliza. Nos meses das férias escolares apareciam na terra os filhos das pessoas que migraram para as cidades grandes e o nosso ponto de encontro era o largo da igreja onde jogávamos o dito futebol, às cartas e outros jogos.
Em Agosto acontecem as festas em honra de Nossa Senhora Das Brotas e essas festas são realizadas no largo da igreja o que era muito bom porque, como eu era festeiro, andava sempre a ajudar na preparação da festa, durante a qual ia de porta em porta para entregar circulares às pessoas para que elas depois dessem uma prenda que viria a ser sorteada na quermesse, através de rifas.
A igreja é um espaço que me diz muito, porque é um ponto histórico da minha aldeia e assim uma referência extremamente forte para mim. Sempre que falo da minha aldeia a alguém, ela aparece sempre como o ponto mais importante da aldeia, e da sua história.
Os espaços públicos são importantes na memória colectiva das sociedades pois são pontos de referência para os habitantes dessa cidade ou região, e um ponto de encontro para as pessoas dessas comunidades. Esses espaços, pela sua importância para as pessoas da comunidade quando sofrem danos em guerras ou em condições meteorológicas adversas, fazem de tudo para tentarem reparar esses danos.