terça-feira, 8 de junho de 2010

URBANISMO E MOBILIDADE



URBANISMO E MOBILIDADE

MIGRAÇÕES




Neste trabalho vou falar sobre a minha experiência pessoal.
Nasci numa pequena aldeia do Alentejo, em Brotas. Os meus pais ainda hoje vivem nessa aldeia, onde continuam a fazer a sua vida, o meu pai já reformado enquanto a minha mãe deixou de trabalhar na agricultura sendo hoje auxiliar no lar de idosos da terra.
A minha migração é interna porque me desloquei dentro do meu próprio país, devido a ter vindo do meio rural para o meio urbano. É uma migração com uma duração definitiva, uma vez que já me encontro em Lisboa há cerca de vinte anos. Quando vim já vinha com essa intenção, pois quase todos os meus tios maternos viviam nas áreas limítrofes da cidade e tinham uma vida melhor que a dos meus pais.
Foi uma migração voluntária porque sempre tive o desejo de vir para uma cidade maior. Também se pode dizer que pode ter sido uma migração forçada por não haver trabalho na minha terra naquela altura. Como eu já não estudava na altura, tornava-se chato viver à custa dos meus pais.
É uma migração aceite pelos outros por ser feita no meu próprio país, ao contrário de muitas pessoas que vêm de outros países mais pobres e que, por estarem ilegais, se sujeitam a ser exploradas por indivíduos que querem enriquecer facilmente.
O tipo de transporte utilizado para me deslocar da terra para Lisboa foi o autocarro, por na altura não ter viatura própria. No início fazia essa viagem todas as semanas, enquanto hoje em dia passei a ir apenas uma vez por mês porque tenho a minha vida organizada em Lisboa. Quando vou visitar os meus pais passei a deslocar-me em viatura própria.
A profissão que desempenho actualmente é a de técnico de manutenção numa empresa multinacional. Quando vim para a cidade o meu tipo de trabalho era mais pesado, pois trabalhava como electricista de construção que era um trabalho mais cansativo do que aquele que desempenho hoje.
Mantenho contacto com o meu local de origem apenas porque continuo a visitar os meus pais e a trazer alguns produtos agrícolas produzidos por eles. Nas minhas férias vou lá passar alguns dias para me refugiar da vida intensa da cidade.



A mudança para a cidade originou que eu passasse a ser mais urbano, passei a ver as coisas mais em termos materiais. Se ainda vivesse na minha terra de origem seria uma pessoa que viveria da agricultura ou da construção civil por lá não haver trabalho.



No inicio achei que as pessoas da cidade me olhavam de uma forma superior por se acharem melhores que as da província. Mas, se formos ver, quase todas elas são originárias de regiões que não Lisboa. Hoje já me sinto integrado na cidade, no entanto acho que essas mesmas pessoas passaram a olhar para os novos imigrantes que chegaram como olhavam para mim.









LUIS CAETANO ROCHA RAMALHÃO



8/6/2010






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